sábado, 20 de outubro de 2012

A hora e a vez da vidraça

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Após um hiato de mais de 3 meses, retorno sedento para extrapolar os limites da verbalização daquilo que se alojou nas entranhas da racionalidade e se contrapôs ao ímpeto dos sentimentos que imploravam pela subversão das ideias, originadas pelas percepções da realidade imunda e desnuda de moralidade e ética.
Não obstante a aparente veia revolucionária e revoltosa das citações anteriores, enfatizo somente o meu furor súbito pela necessidade da escrita, que se transforma em um constante frenesi, aliviado nas páginas deste instrumento de comunicação.
Cheguei ao cume da impulsividade em registrar meus teoremas filosóficos sobre a existência humana quando presenciei acidentalmente - apesar da curiosidade inerente ao homo sapiens sapiens - um bate-papo descontraído entre amigos, no habitual retorno do trabalho.
Num grupo de aproximadamente - não cheguei a contar a quantidade de interlocutores - 5 pessoas, no momento em que me aproximei dele, entrou-me pelas vias auditivas a seguinte frase: "...ah...mas não tem jeito não...é tudo igual! É tudo ladrão!", proferida por uma mulher, a qual foi prontamente rebatida pelo comentário de um rapaz..."mas não são todos...a maioria...apesar de que até a gente se entrasse lá iria roubar também!"...o que foi complementado pela mesma mulher, quando falou..."é, disse tudo"...
Face ao diálogo deveras "motivador", passei-me a questionar e analisar o complexo universo do comportamento sociocultural do cidadão brasileiro...
O senso crítico do habitante deste país ainda em desenvolvimento (e minha conclusão - sem muito esforço - é que há um caminho demasiadamente grande a seguir até que se possa concluir que chegamos a um patamar adequado para nos auto intitularmos como desenvolvidos - com algumas exceções logicamente em áreas diversas, as quais podemos até nos orgulhar...) é um ser de diversas faces, as quais possuem uma ambiguidade por vezes inócua, mas em alguns momentos escabrosa, pois fere qualquer decoro.
O ato de se "atirar pedras" contra os maiores inimigos de nossos valores éticos, cívicos e morais torna-se uma prática que beira o lúdico, perante ao prazer que se emana das conversas de "roda"...citando-se apenas e tão somente os assuntos politicamente corretos...se ampliarmos o leque de discussões, nos deparamos no limiar da baixaria, onde qualquer terceiro faz o papel de "Judas" a ser malhado.
Mas quando o assunto é ética, moralidade, civilidade ou afins, a abordagem depende muito de uma série de questões, principalmente a de cunho geográfico, ou seja, do lado onde o envolvido está. É natural do ser humano batalhar pelos seus interesses pessoais, relacionados aos seus objetivos e metas, mas há que se contrapô-los sempre aos de seu semelhante, de forma que não haja prejuízos para ambos. O que não queremos para nós não podemos nunca desejar aos outros...mas na prática isso não é o que sempre ocorre...infelizmente.
Todos possuem livre arbítrio para fazer o que bem entendem, desde que suas ações não extrapolem os limites legais, pois toda ação possui em contrapartida uma reação, proporcionalmente positiva ou negativa com base em sua origem.
Daí vem a máxima: "se questionarmos alguém por sua atitude, nossas ações têm obrigatoriamente de gerar exemplos inversamente proporcionais".
Não faz sentido algum criticarmos os políticos corruptos que nós escolhemos para nos governar se no dia-a-dia pensarmos em tirar vantagem de tudo, mentirmos para esconder nossos erros, furarmos filas, sonegarmos impostos, desrespeitarmos os direitos dos cidadãos, jogarmos lixo em locais impróprios, comprarmos produtos piratas, apoderarmo-nos de bem alheio, vendermos nosso voto, entre tantos outros atos inapropriados, com subterfúgios do tipo "se quem deveria dar o exemplo não faz, porque eu farei - referindo-se aos políticos", ou "eles roubam demais de mim...é meu direito pegar o que é meu!", ou ainda, "ninguém faz nada por nós..."...desculpas não faltam...
Recentemente, tivemos o prazer inicial de ver na mídia a professora potiguar de português, Amanda Gurgel, encarando de frente políticos na Assembléia Legislativa, ao expor sua indignação com o nível de tratamento do governo à educação brasileira, virando uma heroína nacional em pouco tempo, face à repercussão de seu discurso, o qual confesso me emocionou. A profissional docente bombardeou a "vidraça" parlamentar com "rochas" certeiras e inquebráveis. 
Curiosamente, navegando por sites que expuseram o fato na época, li um comentário de um anônimo que dizia algo como "...só espero que ela não se utilize de sua recente notoriedade para ser candidata política!", o que, após quase dois anos, profeticamente, se concretizou.
Candidata à vereadora em seu estado, especificamente em sua cidade natal, Natal, fez com que as contradições numéricas expostas em seu discurso inicial (seu salário de 3 dígitos - 930 reais - com os números estatísticos apresentados na audiência pública pelos deputados) novamente ocorressem, adversando os algarismos de seus vencimentos na época com a quantidade expressiva de votos que conquistou - 32.879 - e porque não dizer também de seu futuro provento como vereadora.
Todos sabem do axioma popular que diz "uma só andorinha não faz verão", mas
cabe lembrar à nossa fiel escudeira/armígera que seu escudo hoje é de vidro...
Acompanhemos.

Obs. O que tem a ver a imagem inicial com o texto? Nada...talvez exprima o estado de minha mente diante dos fatos...

 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O direito de ser feliz

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Até os mais distraídos já devem ter notado que em meus posts anteriores impera o enfoque em um tema sobremaneira subjetivo e abstrato, que é o conceito de felicidade. Em contrapartida, os que se atentam um pouco mais aos detalhes também já devem ter percebido que há um certo paradoxo entre o tema presente nas postagens e o título deste blog. Afinal de contas, o que tem a ver cidadania com felicidade?
Pois é, na verdade, em essência - etimologicamente falando -, em nada se relacionam. E porque então escolhi exatamente um nome para o blog, o qual se contradiz com os objetivos das postagens até então publicadas por este? Bem, além do motivo relacionado à dificuldade que há em se definir uma marca para o seu produto (é incrível! Tudo o que você pensa já existe!!!), veio à mente deste humilde cidadão o quão importante é esta classificação (apesar de ser um pouco averso à rótulos - tenho, inclusive, em meus rascunhos uma postagem que fala especificamente sobre isso...) e o quanto ela pode ser abrangente quando passamos a filosofar em torno de seus possíveis desdobramentos.
O significado puro e simples do termo cidadania diz respeito nada mais nada menos aos direitos e deveres que um habitante deste planeta deve possuir, e a dicotomia existente entre esses dois fatores que estão inseridos na palavra é pertinente, contudo estes se encontram em plena harmonia. O direito de um é exercido quando o outro cumpre o seu dever.
Transcendendo, portanto, a derivação do termo, podemos concluir que ambas as partes cumprindo seu papel na sociedade, tudo se integra perfeitamente...as "engrenagens" que fazem girar o mundo e expandir o universo funcionam em sua totalidade e tudo o que se espera que aconteça vira realidade...ou seja, temos a maior parte das necessidades humanas atingidas e todos vivem felizes para sempre...até que a morte os separem...hummm...encontramos então a fórmula da felicidade??? Bem, antes de alguém classificar como utópica tal expectativa, admito que isso não é tão simples assim...
Mas uma coisa podemos concluir: todo cidadão possui o direito de ser feliz, de viver em plena consonância com as leis do cosmos, de aproveitar o que a vida tem a oferecer, mesmo que, neste último caso, haja um pequeno empecilho que impede o acesso da maioria da população a 100% dos recursos aqui disponíveis: o capital. Daí explica-se a intenção deste instrumento de comunicação em querer fundir um assunto de origem política a outro de cunho psicossocial.
Abusando ainda do meu direito de transformar, quebrar paradigmas, criar meu próprios conceitos de vida, transgrido as normas cultas e defino aqui o ato, a condição de ser ou estar feliz. 
Para mim, contrariamente ao que está definido e formalizado em literatura, felicidade é um estado de espírito e não um simples sinônimo de contentamento, alegria e/ou satisfação...ou mesmo podemos dizer que existe uma diferença em ser feliz e estar feliz, sendo que esta última condição permite até uma confrontação com os significados contidos no famoso "pai dos burros" do substantivo em questão, o que se deduz pela similaridade dos vocábulos citados. Em contrapartida, a afirmação "ser feliz" é, no meu entendimento, muito mais abrangente. Posso estar estressado e até revoltado com algo (o que ocorre no mundo nos dá motivos para isso...a violência, as atitudes anti-éticas, a desonestidade, a falta de educação, entre outros, são inconcebíveis e geram sentimentos negativos), mas possuo a felicidade no âmago do meu ser, pois ela é o combustível que me faz viver.
Conceituação à parte, sem embargo as forças contrárias (e não são poucas), quero por meio desta ferramenta disponibilizar aos interessados um pouco do que aprendi e retirei de bom da escola da vida, com as experiências boas e ruins que vivenciei e espero profundamente que alguém as possa aproveitar.
Em minhas publicações, sempre haverá a ênfase na valorização das coisas boas da vida que, apesar de não ser o fator principal para torná-lo (a) a Fênix da humanidade, servirão no mínimo como motivador para a busca de um estado de êxtase sentimental. Exagero? Pode até ser. Mas, se o pessimista tem o direito de reclamar de tudo na vida, entendo-me na condição de ter a prerrogativa de supervalorizar a perfeição da vida, mesmo que, na realidade, ela não exista. Este é o meu direito, é o seu, é o nosso! É o exercício de cidadania que quero propor.
Vivamos intensamente, mas façamos isso com qualidade! Temos de ir atrás daquilo que gere em nosso organismo a endorfina necessária para o nosso bem-estar.
Hoje, já exercitei isso: assisti a um bom filme com a família e degustei, no almoço, um belo prato feito por minha digníssima esposa (vide foto abaixo), o que além de me deixar plenamente satisfeito, me adicionou uns anos a mais em minha existência em razão dos diversos nutrientes adicionados em meu organismo. Vale aqui o princípio naturalista - já comprovado - que somos o que comemos.





sábado, 9 de junho de 2012

Felicidade artificial

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Era uma tarde ensolarada de domingo, lá pelo início da década de 90, quando 4 rapazes de personalidades muito peculiares, vida social e profissional extremas entre si - mas que em algum momento se convergiam -, como já se tornara habitual nos finais de semana, em uma cidade da Grande São Paulo, se encontravam reunidos em um cômodo no fundo da casa de um deles, para fazer o que era - e ainda é - a paixão comum entre eles: a música.
Como qualquer jovem de qualquer época desde os anos 50 - período de surgimento do que vinha a ser a grande revolução musical do século XX: a criação do ritmo escandaloso e contagiante, de acordes e riffs extasiantes, denominado Rock and Roll -, que se reuniam em garagens dos subúrbios das grandes e até pequenas cidades do mundo afora, esses aficcionados do som tentavam sua sorte em seus momentos de lazer, para criar um trabalho próprio, objetivando, como tantos outros, o sucesso e o reconhecimento, mas acima de tudo, o prazer em fazer aquilo que gostam.
Dessa avidez inócua pela oportunidade de expor idéias em canções, que os tirassem do ostracismo, nasceu o Acidus Máximus, banda puramente, em sua essência, underground, a começar pelo seu nome - nada comercial. Tais fatores que se divergiam inconscientemente entre si instigavam todos os seus componentes a um único objetivo: curtir cada momento.
Os ensaios do grupo direcionavam os ouvintes passivos das redondezas (vizinhos), dentro de sua ortodoxia peculiar padronizada - de uma sociedade nada disposta a encarar ousadias sonoras, ou mesmo comportamentais - a visualizar em suas mentes um bando de viciados nos mais diversos entorpecentes até então existentes, visto a ferocidade da massa sonora que emanava daqueles cômodos nada compatíveis com o que de lá se produzira.
Naquele dia, citado inicialmente, assim como nos demais ensaios, a necessidade de extrapolar toda energia contida nos corpos e nas mentes durante os dias da semana era muito grande, o que levava aqueles jovens a se harmonizarem completamente com o que tocavam. A sinergia era tamanha que os fizeram "viajar" nas improvisações sem tempo para terminar (no mínimo, o que se tocou levou mais de 30 min para finalizar...), o que, ao final, os deixou extasiados, cansados, hipnotizados e em estado de pura lisergia, situação esta que, no patamar de comportamento de uma banda de rock, levaria seus membros a se reabastacerem de uma deteminada substância que produziria novamente as sensações descritas (característica que criou um paradigma social ao se referenciar a artistas, ou aspirantes a tal condição, da música ou de outras vertentes culturais). O óbvio, no entanto, não fazia parte das atitudes daqueles cidadãos, muito pelo contrário.
Quando a necessidade de reativação da energia se fez presente, em razão do desgaste físico gerado, o anfitrião da vez - no caso, o vocalista da banda - apresentou aos demais a droga mais "pesada" até então consumida pelos músicos: um produto em estado líquido, à base de substâncias ácidas, denominado refrigerante.
Sensação de alívio à parte pelos pais dos 4 rapazes, hoje, com a revisão dos conceitos de outrora, conclui-se que realmente eles fizeram uso de uma droga, apesar de seus efeitos nocivos não chegarem perto das que normalmente se utilizam os rebeldes músicos de um grupo de rock and roll. A bebida utilizada pode não provocar uma overdose, com uma parada cardíaca peculiar, mas já deixou para parte de seus componentes, como herança, uma gastrite.
A partir de um modelo de atitudes preconcebidas, por questões sociais, culturais e antropológicas, o público estranhava a divergência que havia entre a imagem e postura da banda com o que havia até então. Mas os 4 tinham em mente que o que importava era realmente o som saído de seus instrumentos e o então chamado "punch" sonoro advinha das cabeças alucinadas de seus criadores, sem a necessidade de subterfúgios para outros tipos de motivadores artificiais.
Nos ensaios, usualmente, dizia-se que a música propriamente dita era o alucinógeno que os levava à criação em nível transcendental.
Com base nesse clima natural que havia durante a execução das composições próprias ou não, vinha-me, e ainda vem, o questionamento: o que leva as pessoas a buscarem em algo o prazer e a motivação que se vai após o término de seu efeito? E ainda com o agravante de esse prazer se transformar em mal estar, fora os malefícios adjacentes, que se tornam permanentes?
As drogas utilizadas desde os primórdios da humanidade tinham objetivos medicinais e até religiosos, no entanto as carências humanas as direcionaram para fins diversos, dentre eles a busca do prazer e da felicidade. A discussão sobre o tema é extensa, assim como complexa, contudo entendo que o principal motivador disso tudo recai em uma necessidade do homem, a qual é, no mínimo, contraditória às suas consequências, por isso cabe aqui a máxima "os fins não justificam os meios".
Desde aquela época até os dias atuais pessoas e mais pessoas buscam encontrar em seu exterior algo que mude e motive seu interior. Frequentemente, vemos novas drogas terem sua destinação desvirtuada para consumo indiscriminado por pessoas que não possuem autorização para manipulá-las/produzi-las, muito menos para comercializá-las. Daí, percebemos que uma das principais razões do alastramento dessas substâncias é a aquisição do dinheiro fácil. E aí o enriquecimento dos aproveitadores das fraquezas humanas se dá por conta de as pessoas não terem a mínima noção que o prazer, a felicidade e a motivação estão dentro de cada um de nós. Basta, para isso, aproveitarmos tudo aquilo que a natureza nos proporcionou, em toda sua essência, e se for necessário algum tipo de transformação que seja para melhor e que os recursos produzidos não tenham efeitos colaterais. Esta é a regra.
Está atrás de fortes emoções, faça esportes radicais; quer paz, medite, ore, ouça uma música tranquila; quer transcender, ame...as opções são diversas...quer ter coragem, além dos outros benefícios anteriores, toque em uma banda!
A premissa deve ser: faça aquilo que traga benfeitorias a si próprio e/ou a terceiros, com a certeza de que este objetivo nunca seja alterado.
Em razão do exposto, é que o Acidus viveu sua curta mas prazerosa trajetória, proporcionando o bem a todos (pelo menos aos que entenderam sua proposta...), mas principalmente aos seus criadores que "viajavam" durante os ensaios e apresentações, embalados somente por uma única "droga" (conceituação advinda da visão dos pais conservadores de qualquer época, quando se referem às músicas que seus filhos ouvem...): o rock 'n roll.
A seguir, posto uma música da banda que foi uma das influências no som do Acidus, a qual inclusive fazia parte da lista de covers executados por ela: Type, do Living Color, grupo que misturava heavy metal com funk e tinha no seu guitarrista um toque com uma pitada jazzística.





quinta-feira, 7 de junho de 2012

O artista nosso de cada dia

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Quando era garoto - há poucos anos atrás...-  divertia-me, diferentemente da maioria das crianças de hoje em dia, fazendo coisas simples, como subir em árvores (adorava um pé de jaca e outro de goiaba que havia no fundo do quintal de casa, que além de gerar as suas respectivas frutas que proporcionavam um "plus" em nossa alimentação, forneciam emocionantes possibilidades acrobáticas e muita imaginação); "voar em solo" como um super herói, com sua capa feita de pano de louça da mamãe; fingir-se de cachorro, aproveitando e compartilhando a casinha do mascote vira-lata que tínhamos na época; dirigir um ônibus imaginário, utilizando-se de uma tampa de panela velha e amassada ou um mini pneu velho como volante do veículo (ficava horas e horas dando voltas pela casa...); brincar com dois isqueiros dos meus avós, os quais eram transformados em ônibus (já deu pra perceber a admiração especial que tinha por esse transporte coletivo...), entre outros meios de diversão, criados sem muitos recursos.
Além das brincadeiras citadas, amava ler histórias em quadrinhos (Homem Aranha, X-Men, Legião dos Super Heróis, Demolidor, Quarteto Fantástico, Sufista Prateado, Os Titãs - e tantos outros - eram os meus prediletos) e também fazer desenhos relacionados às brincadeiras exemplificadas. Os desenhos preferidos eram os de heróis (os já existentes...mas gostava também de criar personagens) e de veículos (advinham quais?? Sim, ônibus...)...uma pena, naquele tempo, não existir ainda câmeras digitais e computadores, pois poderia fazer o que faço com os desenhos de meus filhos (fotografá-los e salvá-los em arquivo. Vide este logo abaixo).


Lembro-me, quando ia à casa de alguém onde não havia crianças para brincar, que levava um caderno, no qual deixava registradas todas as criações geradas de uma mente irriquieta, porém repleta de felicidade. Era capaz de ficar ao longo de todo o dia pintando heróis que dariam pra salvar o universo inteiro, e "lotações" que não deixariam ninguém a pé e nem em pé...
Nesse ritmo, cresci, mantendo alguns hoobies (ainda sou embevecido por 
super heróis), privando-me de outros (não mais dirijo ônibus imaginários...deixei até de gostar um pouco desse tipo de veículo, depois que passei a utilizá-lo, juntamente e ao mesmo tempo que dezenas de pessoas, como meio de transporte diário) e descobrindo uma série de alternativas de passatempo, as quais nos fazem lembrar que nossa existência está repleta de motivos para agradecer diariamente pelo fato de termos a oportunidade de usufruir tudo o que a vida nos oferece.
É difícil entender como algumas pessoas que estão próximas a finalizar sua carreira profissional, em razão da chegada de sua aposentadoria, assumem um rígido discurso de que, ao pararem de trabalhar, nada mais terão a fazer, sentindo-se inúteis antes mesmo de terem a oportunidade de planejar/imaginar o que colocar em prática no que deveria ser a melhor fase da vida do ser humano.
Assim como aquele ser bem-aventurado que traz a arte como seu sustento, para deleite e alegria de terceiros, nós somos os artistas da sobrevivência, quando temos de criar alternativas para lidar com os percalços do cotidiano, assim como quando estamos em busca de novas emoções e formas de prazer. É a criação em prol da diversão. Os instrumentos/ferramentas/recursos estão aí, à disposição de todos...basta abrir-se para o mundo...para a vida...sem medos, preconceitos, paradigmas discriminatórios.
Recordo-me de ter visto uma recente reportagem de uma senhora de mais de 90 anos que realizou seu sonho de pular de paraquedas. Daí, concluímos que a felicidade está mais próxima do que imaginamos, bastando saltarmos para ela.
Trabalhamos, pois vem da profissão que exercemos o nosso sustento, mas há que se ter um meio de entretenimento/lazer, ao menos uma vez na semana, seja para este fim propriamente dito ou como terapia, como forma de expressão ou qualquer outro objetivo, desde que aliado ao seu bem estar.

Dicas de hobbies? Cito alguns, os quais fazem parte da minha vida: ouvir música, ler (qualquer coisa interessante), assistir a filmes em casa com a família, ir ao cinema, levar as crianças ao parque, dançar, nadar, andar, navegar na internet, viajar, fazer massagem, escrever (este, em específico, é um dos meus favoritos...alguém já deve ter percebido...), tocar um instrumento (violão e percussão), conversar, cantar e desenhar (estes dois não são o meu forte, mas faço mesmo assim...vide um exemplo de desenho que gosto de fazer, usando o Paint), além de fotografar (neste caso, amo praticar e apreciar fotografias...colocarei algumas fotos nesta e em outras postagens...), entre tantos que estão por aí disponíveis e são passíveis de se realizar...


















Benefícios disso tudo?? Cabe uma outra postagem a respeito...














quinta-feira, 19 de abril de 2012

Educação preferencial

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Em razão da nova velha condição deste humilde blogueiro (já me classifico como tal; afinal de contas sou proprietário dessa ferramenta da mídia eletrônica que justifica tal denominação...além de achar chique...), a qual é conhecida como paternidade - no meu caso, reestruturada pela inserção de mais um novo membro da família, afastei-me temporariamente de um dos meus hobbies preferidos: a Web. A felicidade de ter uma preciosidade parida do ventre de meu outro tesouro em meus braços - às vezes, metade da noite - tem seu preço...a incapacidade de permanecer em pleno estado de atividade mental e física à frente de meu velho companheiro, monitor...mas a pesadas custas, insisto-me em abrir os olhos e deixar mais um registro de meus pensamentos cotidianos...diga-se de passagem, a mil por hora, mesmo em estado de sono profundo...
Ultimamente, sentindo-me como as 3 das 5 figuras expostas acima (a 1ª, 2ª e 4ª), em uma de minhas diárias viagens no rotineiro fluxo casa-trabalho-trabalho-casa, pus-me a refletir - reincidentemente, pois tal pensamento já aflorou em minha mente diversas vezes - sobre o significado, a coerência e o ideal a que se destina a famosa plaquetinha - como a estampada no início deste post - utilizada nos mais diversos locais públicos das cidades. Como na ocasião me encaixava - conforme já dito - simbolicamente pelo menos, em várias condições ali representadas, estava eu sentado em um dos lugares sinalizados por essa indicação (torcendo para que não aparecesse ninguém em piores condições do que eu) em um transporte público de Sampa City.
Naquele momento, pensei: "se aparecer alguém em uma das condições destacadas, obrigatoriamente, terei de ceder o meu duro, anti-anatômico, porém tão querido assento...", raciocínio imediatamente substituído por: "por que alguém não teve a idéia de inserir mais uma indicação nessa placa? A figura de um 'acabado'...".
A despeito de minha vontade em esquecer os problemas alheios - por conta do cansaço - ainda tive uma centelha de juízo, o qual me levou a questionar tais ações (as de reservar locais específicos/limitados para determinadas pessoas em circunstâncias diferenciadas), o que me fez lembrar de fatos que testemunho rotineiramente. Excetuando-se aqueles seres "bem-aventurados" que não respeitam qualquer tipo de norma, lei, sinalização...enfim, qualquer coisa contrária à sua vontade, percebo que algumas pessoas levam determinadas situações à risca. Por exemplo, vemos frequentemente em trens do metrô diversos passageiros em pé, havendo próximo a eles um assento preferencial vazio, mesmo não tendo ninguém que justifique, pelo padrão indicativo, sentar-se naquele local, da mesma forma que, ao entrar uma pessoa que possui o direito de se sentar no seu lugar reservado, estando este ocupado, muita gente que ocupa o assento comum se sente no direito de continuar usufruindo do "seu" espaço, tendo sua consciência totalmente limpa, pois não utiliza o recurso daquela pessoa que acabou de entrar...daí vem a premissa popular: "cada um no seu quadrado".
Reflitamos: há a necessidade de que alguém nos sinalize onde podemos e/ou devemos nos sentar, em detrimento daqueles que possuem uma necessidade maior do que a nossa? Ou será que o que deveria imperar nos casos em que nos deparamos com pessoas em condições não tão favoráveis quanto às nossas é o bom senso, a educação, a cidadania, a empatia e a solidariedade??
No meu entendimento, todos os lugares deveriam ser preferenciais para as pessoas indicadas nas placas...mais ainda: todos nós deveríamos ter como princípio que a preferência será sempre do próximo, independentemente de quem seja.
Alguém já se deparou com a experiência de ofertar 100% de algo que está prestes a obter para um terceiro? Referindo-me ainda ao item assento...antes de se apoderar desse recurso em uma condução lotada, oferte a alguém próximo...de duas, uma: ou a pessoa irá aceitar e você mesmo em pé terá uma grata sensação de que fez um bem ao semelhante, ou caso haja a recusa, você terá um bem-estar em dobro...descansando e com o sentimento do dever cumprido. O mesmo ocorre quando os papéis estão trocados...quando alguém te oferece o lugar.
Se atos de gentileza fossem comumente colocados em prática, muitos transtornos do dia-a-dia seriam eliminados. Dar ênfase à educação é um ato de cidadania, no sentido amplo e irrestrito da palavra.


sábado, 31 de março de 2012

Felicidade com simplicidade - Parte II

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"Ser caipira, ser singelo, pés no chão...nativo do campo, do canto...dos pássaros, do vento, do tempo...
tempo em que pular a cerca significava somente ir atrás de um pé de laranja, de mexerica, de goiaba...do vizinho...inocência pura da cabeça do ser...do sertão.
Jogar com bola de meia, descalço não por opção...a felicidade aflorava em permeio ao céu, à terra (com ênfase nesta), ao fogo - das fogueiras dos santos de junho e julho...
Pela cadência dos trotes dos equinos, percebia-se o trabalho...o orvalho da chuva preconizava a alegria de um novo dia e, à noite, o luau celebrava a conquista, da mais bela vista...da luz do luar na fazenda, no mato, na encosta, na mente preguiçosa - mas vistosa - que só enxerga, na plenitude de sua sinceridade e simplicidade, a tão invejada felicidade, alheia dos males, dos bares e dos avatares de um estereótipo do cidadão da cidade".

Inspirei-me em escrever neste momento - ímpar, diga-se de passagem - em razão de um trecho da letra de uma música ingênua e desprovida de quaisquer perspectivas de grandes pretensões comerciais, mas linda em sua essência...autêntica e em total harmonia com o título em apenso.
Enquanto praticava um dos estados de bem-aventurança do ser humano - que é alimentar o fruto do ventre de sua genitora -, assistia a um programa na SESCTV, produzido originalmente pela TV Cultura, denominado Sr. Brasil, apresentado pelo simplório Rolando Boldrin, que em seus 75 anos dedicou praticamente a totalidade de sua vida à cultura brasileira, principalmente à música interiorana - sertaneja de raiz.
Assim como seu apresentador, o programa possui esse enfoque, tendo seus convidados a similaridade com as características do direcionamento dado por eles.
A citada música, composta pelo compositor, instrumentista, cantador, violeiro e divulgador das culturas regionais brasileiras emolduradas pelas suas canções - e de outros compositores -, Miltinho Edilberto, chamada Cheio de Juras, na ocasião, homenageando a dupla Cascatinha e Inhana - ícones da música sertaneja -, em um dos trechos finais da letra, explana um exemplo de felicidade, quando diz: "Felicidade é uma cabocla pra cheirar"...
Essa frase fez com que minha mente se enveredasse por lembranças de muitas outras coisas de cunho semelhante...ou mesmo sobre a idéia cuja afirmação nos remete. E isso me fez refletir sobre a importância do nosso olfato...mas com o enfoque único no prazer que ele pode nos proporcionar, permitindo-nos que tenhamos contato com todos os aromas agradáveis disponíveis na face da terra...e o quanto podemos extrair dessa nossa faculdade.


A maioria das pessoas já deve ter sentido uma grande sensação de paz e tranquilidade, em algum momento da vida, ao passar por simples experiências como cheirar o travesseiro de sua cama ao se deitar (ato que adoro fazer antes de "pegar no sono"), ou ao sentir o angelical cheiro de um bebê, ou ao sentir a brisa do pós-chuva - quando a água pluvial, depois de limpar as impurezas da cidade, bate nas árvores e auxilia na expelição dos aromas da natureza -, 




ou ao "saborear" olfativamente a fragrância de uma flor ou até mesmo ao abraçar seu ente querido [cônjuge, namorado (a), amante e afins...], conforme citado na composição em questão...sim, isso é felicidade! 

Aproveitar ao máximo momentos como esses funciona como uma terapia e, além de nos fazer muito bem, nos conscientiza da necessidade de agradecermos todos os dias por essa oportunidade...por essa dádiva que é perceber as coisas através de nosso sentido olfativo.

Pare, pense e analise o universo de possibilidades que uma simples atitude tem a condição de nos ensejar prazer e satisfação.
Todos esses exemplos - além de outros que, com certeza, algumas pessoas lembrarão - comprovam o quanto é simples ser feliz, por isso insisti no título da postagem.
Musicalmente falando - ou melhor, escrevendo -, este post demonstra o ecletismo presente nos conteúdos deste ambiente virtual e, acima de tudo, no ambiente mental de minha caixa encefálica, borbulhante pelo fervor das idéias em profunda ebulição, as quais espero que se expandam, contaminando positivamente a todos que por aqui passem. 
Portanto, nessa e em qualquer área, restringir-se não o leva ao aprendizado e ao consequente desenvolvimento. Por isso, fuja do ostracismo cultural/intelectual para o qual certas atitudes o direcionam (criação de rótulos, inserção em facções/tribos/grupos extremistas, restrição ao conhecimento por ser adepto a ideologias inescrupulosas, entre outras) e, como já disse Lulu Santos, "vamos nos permitir".
Finalizando, segue abaixo a ratificação da diversidade aqui presente, em forma de notas musicais: Miltinho Edilberto em companhia da fabulosa mineirinha, Ceumar, durante o programa que tanto me inspirou. 
Puro êxtase...





quinta-feira, 29 de março de 2012

Ondas de qualidade que se esvairam do ar...

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Manhã de segunda-feira agitada (como qualquer dia da semana em uma cidade grande), quando, ao sair de casa para o trabalho com todo sacrifício, após a melancólica despedida do mais querido móvel da casa nesse horário - a cama -, naquele momento de intensa dramaticidade ocasionada pela transição entre o êxtase total (quase um nirvana), consequente da fase mais prazerosa do sono, e o início do período de atividade do cidadão brasileiro (cedo demais pro meu gosto...), depara-se com a notícia de que a sua única condução moderadamente plausível para levá-lo ao seu ganha-pão não está funcionando (consequência de mais um dia de tempestade que assolou e atolou o seu transporte público, impedindo-o de usufruí-lo - fato já comentado neste blog).
Graças ao bom Deus e aos meus esforços possuo um transporte próprio, denominado carro, que me permite ser deslocado ao meu destino, o que fiz sem pestanejar - apesar de já um pouco temeroso com a questão do horário de entrada ao trabalho, visto que minha atitude seria copiada por muitos outros cidadãos que optaram pela mesma alternativa que este - sabendo do holocausto que minha decisão poderia causar, assim como a de outras pessoas nessa mesma situação, para o trânsito de "Sampa".
Dito e feito: loucura total nas ruas e avenidas de toda Grande São Paulo!
Mas isso não foi nenhum problema para mim, pois, nessas horas de possível geração de síndromes do pânico, stress, dores musculares, entre outras fobias que por ventura pudessem me atacar, ocasionados pelo excesso de veículos, falta de educação de alguns motoristas, lentidão do fluxo, iminência de acidentes, possuímos a ferramenta adequada para esquecermos todos esses transtornos inerentes às metrópoles: o rádio. Pois é, o nosso velho companheiro de todas as horas. 
E eu segui em frente ouvindo e cantarolando várias de minhas canções prediletas, sintonizado em uma de minhas frequências mais frequentemente frequentadas no dial de meu carro: os 92,5 Mhz da MIT FM...a emissora que é a minha cara!! Quer dizer...era.
Para o meu espanto e de vários outros fãs da rádio, no dia 06/03/12, ela encerrou suas atividades. Infelizmente, sua permanência no ar não durou nem 4 anos, o que deixou órfãos os adeptos da boa música. A MIT, apesar de ser uma rádio customizada, não se apegava muito a rótulos. Em sua programação, ouvia-se desde o bom e velho rock and roll, até a música pop - atual e seus clássicos -, além de soul music, funk dos anos 80 e rock/pop nacional. Identifiquei-me totalmente com seu playlist, pois como já disse antes sou adepto à diversidade e uma característica que prezo em uma rádio (e a MIT colocava isso em prática) é o fato de se tocar uma música de um determinado artista, independentemente de ser ou não um hit.
Já tivemos no passado diversos exemplos de emissoras de rádios diferenciadas, ditas não comerciais, que também tiveram suas portas fechadas - talvez pela falta de audiência nos moldes que se espera um empresário que vise somente o topo do ranking -, mas que deixaram muita gente sem muita opção de lazer radiofônico, dentre elas a 97FM, a 89FM, a Brasil 2000FM (todas da região metropolitana de São Paulo), as quais ousaram primar pela qualidade em detrimento do faturamento astronômico. Resultado: foram sugadas pelo capitalismo excessivo da mídia.
Estar sintonizado nas ondas de uma rádio que toque o seu coração, embaladas por músicas de artistas autênticos, de personalidade própria, que visem em primeiro lugar o prazer do ouvinte e/ou a transmissão de uma mensagem por meio de seu trabalho, com certeza proporciona felicidade.
Para os paulistanos, recomendo ainda a Eldorado FM (107,3 Mhz) e a KISS FM (102,1 Mhz) - na minha opinião, as melhores sintonias atualmente.
Em relação à MIT, fica aqui somente as saudades dos bons momentos que ela proporcionou aos seus ouvintes e um deles deixo aqui registrado - uma das últimas músicas que ouvi na programação da rádio, de uma banda pop que adoro, de grande qualidade: Just Another Day (Oingo Boingo)...aqui em uma versão ao vivo.




sexta-feira, 23 de março de 2012

A verdade está lá fora...ou dentro de nós?

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"Tudo começou quando eu estava sentado diante de meu Personal Computer, navegando pela internet, como rotineiramente faço, e, após algumas horas de extrema exaustão e uma sensação de como se estivesse engolido um "buraco negro", surgiu a vontade de "fazer aquela boquinha" inerente aos boêmios do lar, de forma que me dirigi à cozinha para pegar algo para comer e beber.
Durante a degustação do saboroso sanduiche e do suco de maracujá (para acalmar os ânimos e poder dormir tranquilamente, às 2:00h da manhã), naquele silêncio capaz de permitir a audição de um solitário pernilongo que, por ventura, passasse por ali (o único som que se ouvia no outro cômodo era a ventoinha do computador ainda ligado), tive a sensação de escutar meu nome saindo de um dos quartos - pensei ser o meu filho me chamando (o que o faz às vezes, para pedir água, ou para falar do monstro que está dentro de seu quarto...). Aguardei para ouvir se o chamado se repetiria, quando muito abruptamente o meu nome foi dito de maneira, se não assustadora, horripilante e horrenda, no mínimo, com o mesmo impacto de uma cena de um filme de terror, onde a mocinha é atacada pelo ser macabro em um momento em que ela menos esperava...ou seja, não teve meio termo: pela altura do grito, logo percebi que tinha vindo do meu quarto, local em que estava dormindo minha gestacional esposa (já com mais de 8 meses), o que me forçou, de forma desesperada, a correr em direção ao nosso aposento, pois a única explicação para tal alarde seria ou meu filho já ter nascido e caído ao chão - ou estar pendurado pelo cordão umbilical - ou minha mulher ter feito um contato imediato de quinto grau com uma barata!
Ao chegar próximo à porta de entrada do quarto, quase me choquei com a minha assustada - para não dizer histérica - amada...foi quando, quase sem ar, me disse:
- "tem uma mulher lá dentro que tentou me enforcar!!!"
Abracei-a, inicialmente, e tentei acalmá-la...após alguns minutos de conversa, mais abraços...mais conversa e posterior análise em grupo, descobrimos que ela havia tido um pesadelo...quer dizer, eu descobri...ela, até aquele momento, ainda não tinha se conscientizado disso".

Conclusão: toda mulher que já passou pela experiência de ter um filho ou está grávida acima de 6 meses sabe que é humanamente impossível dormir tranquila, em qualquer posição, com toda a protuberância abdominal que lhe é peculiar nessa condição, mas há algumas em específico que realmente não dá para se passar a noite toda nelas, como em decúbito dorsal (ventral, nem pensar!) e lateral do lado esquerdo, pois essas posições fazem com que o bebê pressione o pulmão e a veia cava da mulher, o que a deixa literalmente sem ar. Foi o que ocorreu: ela pegou no sono do lado em que não deveria ter dormido e, em um determinado momento, não conseguiu mais respirar, o que a levou a ter sonhado que outra mulher a estava estrangulando, deixando nela a sensação de que tinha sido algo muito real, a ponto de acreditar que realmente havia alguém na nossa cama tendo essa atitude. Incrível, não é mesmo?
Bem, toda essa história foi contada para demonstrar algo que é interessante no ser humano: todos temos uma tendência a acreditar em algo, que se faz verdadeiro dentro de nossas mentes e corações de acordo com diversos fatores, como educação, formação, experiências, convívio social, ou seja nossa cultura como um todo, no entanto há uma questão que influencia diretamente naquilo que definimos como nossas diretrizes básicas de vida e consequentemente em nossas crenças, a afinidade (o gosto pessoal). Em outras palavras, nós acreditamos naquilo que queremos crer.
Até alguns anos atrás, acreditava piamente em vidas extraterrestres e no fato de eles estarem "entre nós"...meu discurso era, assim como todo aficcionado pela ufologia: "Deus criou o universo com tantas galáxias, com seus planetas...não é possível que somente um mísero astro, em uma das inúmeras constelações existentes, fosse o privilegiado de possuir vida inteligente!!". As publicações, programas, matérias...enfim, tudo o que estivesse relacionado ao assunto me fascinava (na verdade, confesso que ainda me fascina...), porém eu queria acreditar que tudo o que os especialistas no assunto diziam era a mais pura verdade...e acreditava.
Atualmente, com um pouco mais de "pés no chão", creio que isso possa ser uma verdade - pois o argumento é plausível - assim como o raro evento de uma civilização ter se originado e desenvolvido em somente um planeta em todo universo também seja possível...por que não??
Essa crença anterior me fez ter muita afinidade com as séries que tinham esse tema como foco principal, como Arquivo X, por exemplo. Não obstante à qualidade da produção dos episódios, que são fora de série, a minha visão sobre as questões inexplicáveis do universo traziam ainda mais glamour ao clima que predominava durante a degustação das imagens provenientes de cada episódio da série...ou seja, aquilo me fazia bem.
Mas o importante de tudo isso é somente uma coisa: acreditar em algo...seja lá o que for...no entanto com muita coerência...acreditar que passar embaixo de uma escada dá azar à pessoa não traz benefício algum a ninguém. Nossa mente é algo pra lá de formidável, por isso inicialmente temos de acreditar no seu potencial...naquilo que é possível se conquistar com sua força, contudo tendo a noção de que ela é capaz de nos beneficiar, mas também de nos prejudicar se não a trabalharmos de forma positiva. Com o uso adequado de nosso cérebro, nos tornamos aptos a realizar qualquer coisa. Acreditem.
Enfatizo sempre que, assim como o universo em que vivemos, tudo tem de estar em harmonia. Nós como seres humanos, compostos de uma estrutura cerebral que possui dois hemisférios, onde - a grosso modo, logicamente - um está mais voltado à parte lógica/racional e o outro, ao intuitivo/emocional, temos também de permitir que haja consonância na condução de nossas vidas, não deixando que somente uma parte de nosso cérebro impere.
Sejamos todos questionadores, não admitindo que qualquer pessoa insira em nossas mentes conceitos preconcebidos antes de eles serem analisados criticamente, porém temos de nos apegar a algo para servir de diretriz em nosso caminho ao futuro, mesmo que, posteriormente, haja um desvio na trajetória anteriormente planejada.
Parafraseando a chamada da série exemplificada acima, a verdade pode estar lá fora...além de nossa limitada visão terrena, no entanto, individualmente, está dentro de nós...naquilo que classificamos como absoluta...e, se nos faz felizes e não nos prejudica, é coerentemente válida.
Para fechar, deixo - como nos posts anteriores - a trilha sonora para o auxílio na condução e absorção das idéias desse texto. Viajem para fora dos confins da galáxia e para dentro de si próprios com o lindo tema de abertura de uma de minhas séries prediletas, composta por Mark Snow.




segunda-feira, 5 de março de 2012

Dica de balada da boa: guitarra e voz do Grand Funk no Brasil

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Dando continuidade ao assunto da última postagem, emendo com uma dica de show que haverá em São paulo do ex-guitarrista e vocalista da banda Grand Funk Railroad (trata-se deste cabeludo - pelo menos, em partes...- que está na foto de seu disco solo de 2006, onde além de tocar guitarra e cantar, toca também órgão, piano e percussão). A banda na qual tocou durante anos, desde 1968 até 1983, foi um dos grandes nomes do Hard Rock mundial, ganhando 10 discos de platina em toda sua carreira. Seu estilo blueseiro de tocar e sua voz aguda e poderosa podem lhe conferir, sem pestanejar, o título de ícone do rock - apesar de, aqui no Brasil, ele não ser tão cultuado quanto vários outros personagens da música.
Por isso, esta será a oportunidade de você que é apreciador de uma boa música e de uma energia sonora sem igual ter o privilégio de ver e ouvir essa "fera" das cordas (da guitarra e vocais).
O Grand Funk Railroad ficou mais conhecido na "terra brasilis" pelo seu grande sucesso fonográfico "Locomotion", música composta por Carole King, gravada em 1974 e lançada no disco intitulado "Shinin' On".
Curiosidade: um trecho da percussão da música "I'm so true" (sequenciador rítmico eletrônico), do disco da banda chamado "What's Funk" foi sampleado e gravado na música "Clumsy", da cantora pop, Fergie.

O GFR, apesar de ser uma banda essencialmente rock n' roll, teve em vários de seus trabalhos uma grande influência da Soul Music.

O guitarrista tocará em São Paulo, no dia 10/03, na Via Marquês, R. Urbano do Couto, 153-165 - Mooca, às 18:00h. Logo em seguida, fará shows também no Bar Opinião, em Porto Alegre (11/03) e no Music Hall, em Belo Horizonte (13/03).

Para quem ainda não o conhece, seguem abaixo duas postagens de sua antiga banda: "Locomotion", citada acima, e uma balada bem gostosa de se ouvir, "Bad Time". Detalhe para o segundo vídeo (para os saudosistas de plantão), onde o som sai de um toca-discos. Muito bacana. 
Reviver o passado (as coisas boas, logicamente) é sinônimo de felicidade! Aproveitem.


 
"Locomotion"

 "Bad Time"

sexta-feira, 2 de março de 2012

O som da diversidade

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Mais uma vez, vamos falar sobre o que muito me inspira: a música. Como disse anteriormente, adepto ao ecletismo, em todos os aspectos, principalmente musical, quero apresentar a riqueza que impera no horizonte sonoro da cultura pop, de Dó a Si, entre todas as oitavas. 
Precisaríamos de inúmeras vidas, ou quadriplicar nossa existência - considerando uma expectativa de 100 anos cada uma -, para que tivéssemos condições de apreciar tudo o que os inspirados artistas do som nos deixaram de registro de suas obras. E falo aqui somente do que realmente valha os estouros de nossos tímpanos aguçados e sedentos por uma boa música (não entendo como algumas pessoas conseguem se ater somente ao restrito leque de alguns/poucos nomes que, infimamente, representam um índice pra lá de alguns centésimos de milésimos após a vírgula, em relação ao universo infinito - até que as galáxias continuem sua coexistência - de possibilidades de conhecimento sobre o vasto mundo discográfico!).
Sempre procurei ouvir de tudo (é o único exercício para aguçar sua veia crítica e saber distinguir o joio do trigo), apesar de ter passado por uma fase - pós-adolescência - de afunilamento dos sentidos (visão e audição) em que fui sugado pelos dentes afiados do "vampiro" da rebeldia, incrustado nos meandros das "tribos" da imbecilidade...fuja disso, como o "vermelhinho chifrudo" foge da cruz!! Faça parte da tribo da diversidade, onde cada um dos seus integrantes tenha vontade própria e o que é mais importante: personalidade própria (outro assunto que requer uma dissertação digna de um texto de novela).
Em se tratando de diversidade, a música pop é a mais acometida pelo amálgama (fusão) de gêneros, incitando seus compositores/produtores à criatividade.
Deixo aqui como ilustração do texto acima, para deleite dos que já a curtem e para conhecimento dos iniciados, um clássico da música pop mundial: Rapture, da banda nova-iorquina Blondie, formada em 1974 e em atividade até os dias atuais. O vídeo dessa música é considerado como o primeiro rap a ser executado na MTV. Na verdade, seu estilo trata-se de uma disco music, com pitadas de rock e uma pequena incursão no rap no meio da música. Interessante enfatizar que essa banda iniciou sua carreira como um grupo essencialmente punk (som rústico, simples), porém os arranjos de Rapture são muito bem feitos e produzidos com maestria por Mike Chapman, com muita utilização de metais e percussão. Destaque para a também angelical voz de Debbie Harry - que além de vocalista da banda, é atriz e já foi coelhinha da playboy -, para o groove (balanço) da música e para o solo de guitarra de Chris Stein (também compositor dela, juntamente com a Debbie Harry).
Esta música faz parte do álbum intitulado Autoamerican, de 1980.
Se você, assim como eu, adora balançar os esqueletos (atualmente, com um pouco mais de tecido adiposo afixado a ele), diga-me se consegue ficar parado - no mínimo, mexendo uma parte do seu corpo - ouvindo esse som. Degustem sem moderação.






quinta-feira, 1 de março de 2012

Uma parte da história que se vai

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Faleceu, aos 66 anos de idade (novo ainda - considerando a expectativa de vida do homem nos dias atuais...), um dos ícones da cultura pop universal dos anos 60, Davy Jones, músico e ator, membro do grupo The Monkees, o qual fez, e ainda faz, parte da memória e dos alto-falantes da maioria dos jovens que curtiram, assim como este, as músicas e também a série homônima naquela época - ou nos anos seguintes (que é o meu caso, pois não sou tão velho assim...).
Jones, assim como seus velhos parceiros de banda/atuação, estavam em plena atividade, fazendo shows, deixando claro que a música - e o rock and roll, especificamente - não tem idade.
O cenário musical/cultural perde um grande representante e deixará uma grande lacuna não preenchida por outros, pois somos, como indivíduos, insubstituíveis.
Não farei maiores comentários a respeito, ou daquilo que se pode extrair do fato, neste momento, pois o tempo se exauri - deixo essa tarefa para posteriores postagens.
Seguem, para quem ainda não o conheceu, fotos de um personagem da história que, com certeza, foi uma das influências para minha incursão ao universo musical/cultural.
Descanse em paz.





Davy Jones nos anos 60 (acima, à esquerda); recentemente (acima, à direita); e com a banda Monkees (acima, ao centro - o de chapéu).



Ah, não poderia esquecer - e já estava esquecendo...- de deixar registrada a parte sonora da postagem, para os que ainda não conhecem o trabalho da banda. Curtam I'm a believer, com The Monkees. Uma gravação de 1966.


Obs. Para quem assistiu ao 1º filme da série de longas do simpático e verdinho Shreck, irá se lembrar dessa música (no entanto, no filme, trata-se de uma outra versão, com a banda Smash Mouth).








quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O toque da felicidade

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Como já foi dito (digo, escrito) anteriormente neste blog, o ser humano foi feito para viver em sociedade, em contato com outros seres humanos e essa interação deve ocorrer utilizando-se de todos os sentidos que Deus nos presenteou (e somente esta afirmação merece diariamente um ato de gratidão incondicional - digo isto, pois uso óculos já há alguns anos e de forma alguma tenho o direito de reclamar deles, não obstante aos inúmeros incômodos que nós usuários desse "segundo olho" temos no dia-a-dia, pois um dos maiores dons que possuímos é poder enxergar, mesmo com esse adereço obrigatório que carrego junto à face), pois eles possuem uma importância muito grande nessa sociabilização, sem exceção.
Um dos sentidos igualmente importante do homem é o tato, contudo este em particular merece uma atenção maior de nossa parte, pois, apesar de ele ser característico de um de nossos membros, a mão - com enfoque em nossos dedos -, seu objetivo também é atingido - não na mesma proporção, mas dentro de um mesmo contexto - por outras partes do corpo (sem querer dar um caráter erótico à idéia...mas, logicamente, também está inserido no foco do assunto), pois sentimos as coisas do mundo com toda a nossa estrutura física. Quando cumprimentamos alguém, trocamos a energia com a pessoa somente pelas mãos (em se tratando da parte física logicamente, pois os demais sentidos já trabalham na mesma intensidade ou até mais), mas quando a abraçamos, todo o sentimento de percepção do outro se distribui quase que da cabeça aos pés, dependendo da proximidade do contato.
Isso é deveras prazeroso, pois, quando feito com sinceridade, demonstra o amor que há (e sempre poderá haver) entre casais, amigos, irmãos, filhos, pais e animais, com a reciprocidade inerente aos seres pensantes (não vá questionar sobre eu ter colocado os animais no grupo dos que pensam, pois essa visão atualmente mudou...podemos falar sobre isso depois...), em maior ou menor grau (de forma um pouco mais filosófica, podemos também ter essa interação com outros seres da natureza, porque não? Já abraçou alguma árvore em algum momento de sua vida? Nâo? Experimente).
Aproveitando-se desse mérito que temos de poder dar e receber afeto, alegria, consolo, amor, carinho, entre outros, somente pelo contato com nosso semelhante, enfatizo que há a possibilidade de darmos muito mais para o próximo, com um simples gesto: mais saúde. E a maneira de se colocar isso em prática é por meio de um costume que há milênios se experimenta entre os povos: a massagem.
Hipócrates (imagem logo abaixo), considerado como o pai da medicina, o qual desmistificou a idéia de que as doenças eram causadas por Deuses que se vingavam dos humanos, deixou dezenas de escritos e, dentre eles, está a afirmação que diz: "Para se gozar de boa saúde, é preciso tomar um banho perfumado e fazer uma massagem com óleos todos os dias". Sábias palavras de quem viveu há centenas de anos antes de Cristo.




Posteriormente, darei dicas de como fazer uma massagem simples, mas gratificante, ao seu semelhante (não sou um massoterapeuta profissional, pois não trabalho diretamente com isso - apesar de possuir certificado de curso de massagem bioenergética -, mas esporadicamente posso realizar sessões de massagens em domicílio, para pessoas indicadas por amigos - basta deixar sua intenção no campo "comentários" desta postagem) e verá, caso você ainda não tenha passado por essa experiência, o quão estimulante e benéfica é essa prática. 
Para que sua vida obtenha um ganho em termos de qualidade, bastam poucos minutos por dia - 15 min já traz algum efeito - de toques relaxantes pelo corpo (você pode também se auto-massagear, caso não haja ninguém para fazê-lo, apesar de que o ideal é que outra pessoa a faça, para que a sensação de relaxamento seja completa). O importante é usar as mãos de forma nem muito delicada, nem grotesca - para não machucar -, pinçando as partes do corpo com a junção do polegar e o restante dos dedos, como se estivesse preparando uma massa para um bolo ou fazendo movimentos circulares com a palma das duas mãos abertas. De qualquer forma, o toque carinhoso no corpo de outra pessoa, independentemente da utilização de técnicas específicas da massoterapia, pode com certeza trazer benefícios ao ser humano e, consequentemente, fazê-lo mais feliz.