quinta-feira, 29 de março de 2012

Ondas de qualidade que se esvairam do ar...


Manhã de segunda-feira agitada (como qualquer dia da semana em uma cidade grande), quando, ao sair de casa para o trabalho com todo sacrifício, após a melancólica despedida do mais querido móvel da casa nesse horário - a cama -, naquele momento de intensa dramaticidade ocasionada pela transição entre o êxtase total (quase um nirvana), consequente da fase mais prazerosa do sono, e o início do período de atividade do cidadão brasileiro (cedo demais pro meu gosto...), depara-se com a notícia de que a sua única condução moderadamente plausível para levá-lo ao seu ganha-pão não está funcionando (consequência de mais um dia de tempestade que assolou e atolou o seu transporte público, impedindo-o de usufruí-lo - fato já comentado neste blog).
Graças ao bom Deus e aos meus esforços possuo um transporte próprio, denominado carro, que me permite ser deslocado ao meu destino, o que fiz sem pestanejar - apesar de já um pouco temeroso com a questão do horário de entrada ao trabalho, visto que minha atitude seria copiada por muitos outros cidadãos que optaram pela mesma alternativa que este - sabendo do holocausto que minha decisão poderia causar, assim como a de outras pessoas nessa mesma situação, para o trânsito de "Sampa".
Dito e feito: loucura total nas ruas e avenidas de toda Grande São Paulo!
Mas isso não foi nenhum problema para mim, pois, nessas horas de possível geração de síndromes do pânico, stress, dores musculares, entre outras fobias que por ventura pudessem me atacar, ocasionados pelo excesso de veículos, falta de educação de alguns motoristas, lentidão do fluxo, iminência de acidentes, possuímos a ferramenta adequada para esquecermos todos esses transtornos inerentes às metrópoles: o rádio. Pois é, o nosso velho companheiro de todas as horas. 
E eu segui em frente ouvindo e cantarolando várias de minhas canções prediletas, sintonizado em uma de minhas frequências mais frequentemente frequentadas no dial de meu carro: os 92,5 Mhz da MIT FM...a emissora que é a minha cara!! Quer dizer...era.
Para o meu espanto e de vários outros fãs da rádio, no dia 06/03/12, ela encerrou suas atividades. Infelizmente, sua permanência no ar não durou nem 4 anos, o que deixou órfãos os adeptos da boa música. A MIT, apesar de ser uma rádio customizada, não se apegava muito a rótulos. Em sua programação, ouvia-se desde o bom e velho rock and roll, até a música pop - atual e seus clássicos -, além de soul music, funk dos anos 80 e rock/pop nacional. Identifiquei-me totalmente com seu playlist, pois como já disse antes sou adepto à diversidade e uma característica que prezo em uma rádio (e a MIT colocava isso em prática) é o fato de se tocar uma música de um determinado artista, independentemente de ser ou não um hit.
Já tivemos no passado diversos exemplos de emissoras de rádios diferenciadas, ditas não comerciais, que também tiveram suas portas fechadas - talvez pela falta de audiência nos moldes que se espera um empresário que vise somente o topo do ranking -, mas que deixaram muita gente sem muita opção de lazer radiofônico, dentre elas a 97FM, a 89FM, a Brasil 2000FM (todas da região metropolitana de São Paulo), as quais ousaram primar pela qualidade em detrimento do faturamento astronômico. Resultado: foram sugadas pelo capitalismo excessivo da mídia.
Estar sintonizado nas ondas de uma rádio que toque o seu coração, embaladas por músicas de artistas autênticos, de personalidade própria, que visem em primeiro lugar o prazer do ouvinte e/ou a transmissão de uma mensagem por meio de seu trabalho, com certeza proporciona felicidade.
Para os paulistanos, recomendo ainda a Eldorado FM (107,3 Mhz) e a KISS FM (102,1 Mhz) - na minha opinião, as melhores sintonias atualmente.
Em relação à MIT, fica aqui somente as saudades dos bons momentos que ela proporcionou aos seus ouvintes e um deles deixo aqui registrado - uma das últimas músicas que ouvi na programação da rádio, de uma banda pop que adoro, de grande qualidade: Just Another Day (Oingo Boingo)...aqui em uma versão ao vivo.




4 comentários:

Mônica Barros disse...

ah ,eu postei um texto enorme aki,kd???

Dorta disse...

Poste novamente...deixar de ler sua opinião é uma grande perda. Bjs.

Mônica Barros disse...

Bom,disse tantas coisas no outro post,mas enfim,o q eu me lembro de ter dito é q qdo eu morava em sampa ouvia mto a 89 FM a rádio rock e Brasil 2000 (ambas in memoriam) e la pelo ano de 2001 se ñ me engano surgiu a Kiss fm,nossa eu adorei pq ela foi inaugurada no mes de julho e se ñ me falhe a memória no dia mundial do rock.Amei a rádio de cara pq tocava mts clássicos do rock (eu amo clássicos).Aí mudamos p/ a praia,acabou pra mim o prazer de ouvir rádio,pois a kiss ñ pegava (só pela internet)e as rádios piratas imperavam c/ suas músicas de gosto popular (traduzindo,gosto duvidoso mesmo).Então aprendi a fazer meus cds,+ qdo batia a saudade eu ouvia a kiss pela internet mesmo.Lembro q qdo eu morava em sampa ajudava o locutor titio Marco Antônio (seu xará) a dar informações sobre o trânsito e ele falava na rádio os nomes dos colaboradores...me sentia íntima dele.Agora nas Minas Gerais tbm ñ tenho opção nenhuma (é pior do q a praia)e fico nos cds ou via internet.Infelizmente essas rádios q ñ tem patrocinadores ñ conseguem ter uma vida mto longa.

Dorta disse...

Pois é, né, Mônica...infelizmente, a gente fica com poucas ou nenhuma opção. Poxa, que legal que vc curtiu-as...foram grandes momentos...a Brasil 2000 quando estava no seu auge, tinha um gravador da Gradiente e com ele fiz algumas gravações aleatórias de músicas que tocaram na programação da rádio...algumas músicas não conhecia e outras já tinha ouvido, mas não eram clássicos...nossa, que fita maravilhosa que consegui gravar...mas infelizmente, a emprestei e nunca mais a tive de volta e não mais tive contato com a maioria das músicas gravadas...pior que não consigo mais me lembrar quem eram as bandas que registrei na época...uma grande perda...

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