domingo, 28 de junho de 2015

Collectors items - O fascínio de se colecionar algo

4 comentários
Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo?? E eu não fujo à regra...mesmo com a correria do dia a dia e a onipresença, em diversos momentos da vida, da força dominadora do Deus do sono, Hipnos (diferente do que acham algumas pessoas, que pensam que é Morfeu o responsável por nossas "pescadas" diante do computador, da aula, da reunião, da palestra - entre outros -, mas não é. Este é o pai do atuante ser mitológico...). Bem, como a força de minha vontade de colocar no papel - digo - teclado minhas ideias, opiniões e afins são muitos maiores do que qualquer outro fator impeditivo, cá estou eu de volta ao meu mundo.
Em continuidade à linha de raciocínio seguida neste, onde o enfoque sempre é abordar assuntos que estejam relacionados às coisas boas da vida, que nos dão felicidade, com a premissa de que todos têm o direito a informação/conhecimento, passo a tratar também aqui de uma prática que sempre fez parte de minha rotina: o ato de colecionar algo. 
O hábito de se colecionar alguma coisa provém da época do antigo Egito (ver matéria sobre o assunto no link disponibilizado abaixo) e se espalhou nos anos póstumos pelo mundo afora. Para alguns, trata-se somente de uma perda de tempo e de uma atitude de quem não tem o que fazer e não se preocupa com a organização de sua casa, pois vive juntando "porcarias", o que consideram apenas lixo. Logicamente, assim como em qualquer outro comportamento, caso haja excessos, distorções ou manias que possam trazer algum tipo de prejuízo a terceiros, este costume pode até vir a se tornar uma doença.
Mas vamos falar do lado positivo dessa mania de milhões de cidadãos do globo terrestre que traz um enorme fascínio para quem pratica e para os que observam. Em todo mundo, há quem colecione de tudo, até saco de vômito que é fornecido pelas companhias aéreas em voos comerciais, fora outras esquisitices.
Eu, como amante da música desde a infância, adquiri o costume de comprar discos de vinil (que é o que havia no mercado nos anos 70, 80 e 90 - período em que eu investia parte da minha mesada e, posteriormente, do meu salário nesse hobby, todo o mês - para a divulgação das obras musicais dos diferentes artistas existentes) com meu pai (os meus primeiros "bolachões" eram dele) e, a partir daquela época, me apaixonei pelas duas coisas: ser colecionador e especificamente pelo vinil, que é um fato à parte, pois, até os dias de hoje, sinto uma magia em ouvi-lo, manuseá-lo, apreciá-lo (o disco em si e as capas...ahhh...as capas...são itens singulares! A maioria, vejo como obras de arte!) e comprá-lo...este, um ato terapêutico, que infelizmente há tempos não o realizo...por diversos motivos, sendo um deles a falta de espaço em minha casa, o qual um colecionador necessita em larga escala, pois, infelizmente, o disco de vinil ocupa uma área considerável de um armário, ou coisa que se assemelhe.
Para se ter ideia da magia que há nisso tudo, lembro-me como se fosse hoje da primeira vez que, aos 8 anos de idade, comprei com um dinheiro que ganhei de aniversário os meus primeiros discos (compactos simples, com duas ou quatro músicas, dentre eles No More Mr. Nice Guy, do Alice Cooper, Like A Locomotion, da banda Left Side, e um duplo, que continha Skyline Pigeon, do Elton John), ou seja, além de ser algo que me marcou por eu ter dado o primeiro passo para minha independência (fui sozinho à loja de discos...naquela época, isto era possível...e comprei-os com meu próprio dinheiro), eu mesmo escolhi os artistas que queria adquirir para curtir em casa. 
Decidi compartilhar na rede esta minha paixão, pois sei que por aí há muita gente como eu que se realiza com tudo isso que citei acima, por isso, daqui pra frente, sempre que possível, postarei os discos que possuo em minha coleção, com alguns comentários que entender pertinentes, e tais postagens estarão registradas com a alcunha Collectors Items.

Para início de conversa, posto aqui o primeiro disco do grupo americano Talking Heads, de 1977, chamado Talking Heads: 77, no qual possui a música Psycho Killer (um de seus hits). Esta versão original não é a que mais gosto, pois há uma gravação ao vivo, lançada no disco Stop Making Sense, de 1984, que é inebriante (também possuo este disco em vinil), mas, no LP postado aqui, há também uma música muito interessante, chamada Uh-oh Comes To Town (primeira faixa), onde mostra a grande influência da música negra (soul music) no trabalho da banda, que possui como raiz o punk rock, fato que, para alguns, é algo inaceitável, mas demonstra que a música não possui limites e muito menos preconceito.
Prova disso, é que este disco foi produzido por Tony Bongiovi, que já trabalhou com artistas como Ramones, Gloria Gaynor e Jimi Hendrix (vide foto abaixo), e teve como engenheiro de som Ed Stasium, outro profissional acostumado a trabalhar, produzindo também discos da banda Ramones. 
Em breve, mais postagens de discos de vinil de minha coleção, com abordagens diversas do vasto universo que habita na mente do colecionador.
Saudações ativas!!


Jimi Hendrix (à esquerda), Tony Bongiovi (ao centro) e Stephen Stills (à direita) 



Capa do disco


Contracapa do disco



Ouça Psycho Killer (aqui uma outra versão):





Matéria sobre colecionadores:



domingo, 28 de setembro de 2014

"Lado D" - Abrindo seus horizontes!

0 comentários
Reincidentemente e eternamente enquanto dure este blog abordarei assuntos relacionados a uma de minhas paixões, que é a música, pois como já citei anteriormente ela é sinônimo de felicidade, bem-estar, ocasionados por fortes emoções geradas durante o ato de ouvi-la e também, para alguns privilegiados, criá-la e/ou tocá-la.
Portanto, dando continuidade à "saga" musical deste que vos escreve, crio a partir de hoje uma coluna denominada "Lado D", a qual doravante e alternadamente aparecerá nestas telas.
Em consonância com o contexto do blog, considerando que todos têm o direito ao acesso a informações diversas e, no caso deste, a conteúdo positivo e agregador de valores, utilizo desta ferramenta para divulgar trabalhos musicais que considero, em minha simplista visão, de boa ou ótima qualidade (logicamente as controvérsias são inerentes, esperadas e bem-aceitas).
O objetivo aqui é basicamente compartilhar com outras pessoas obras de artistas que particularmente aprecio e que, em meus poucos momentos de relaxamento mental, me trazem satisfação por meio de suas audições. É óbvio que o aproveitamento desses trabalhos como uma prazerosa forma de lazer dependerá da maneira como eles serão assimilados e da particular característica cultural de cada um (ambiente em que nasceu, cresceu e seus costumes) e das experiências auditivas individuais anteriores, mas o mais importante de tudo é haver um desprendimento do paradigma de que somente uma determinada coisa é boa sem antes experimentar o que seja diferente, e ainda esta publicação terá como propósito mostrar o que raramente ou muito pouco se divulga em termos de música, ou seja, aqui, serão postadas músicas de artistas quase nada conhecidos e outras de astros consagrados, mas que não fazem/fizeram parte do playlist da maioria das mídias de divulgação de áudio.
Como a diversidade edifica a vida e o ecletismo sempre fez parte de minha rotina, em termos de estilo, os horizontes se abrirão em pistas onde tudo entrará na dança, pois, em meu mar de coleções musicais, flutuam discos que vão do Clássico ao Punk. 
Somente para ilustrar, historicamente, desde minha infância, tenho o hábito de ir atrás de novas audições musicais e ouvir trabalhos de músicos que não estão na relação dos seus greatest hits. Na época em que meu pai trazia da lojinha de discos da empresa em que trabalhava (Philips) aqueles compactos com duas ou quatro músicas, onde no lado A constavam os sucessos de determinado (a) cantor (a) e/ou banda, sempre me interessava em ouvir o que tinha no lado B daquele disco. Daí o nome desta coluna (Lado D), onde o D reflete o Desconhecido, o Diferente, o Destoante, o Divergente, entre outros.
Desta forma, a cada postagem, publicarei sugestões de audição de uma banda/músico desconhecido e de um trabalho não muito divulgado de um artista famoso. As músicas estarão hospedadas em um site de compartilhamento, as quais poderão ser acessadas por meio dos links anexados.

Espero que todos curtam!

Para começo de conversa, posto abaixo uma música de uma banda americana de Hard Rock setentista, chamada Bang, que possui um som em alguns momentos similar ao Black Sabbath. Gravou seu primeiro álbum em 1971, mas tem um trabalho lançado em 2004. É um Power-Trio (termo usado para bandas que possuem 3 integrantes, tocando geralmente baixo, bateria e guitarra) nervoso, formado por Frank Ferrara (vocal e baixo), Frank Glicken (guitarra) e Tony D'Lorio (bateria).
A música escolhida é a 2ª faixa de seu álbum de 1972, Mother, Bow To The King, denominada Humble.












Para a maioria das pessoas que curtem música pop em geral e estão na faixa dos 30 anos ou mais, acredito que tenham em sua lista de canções prediletas, no mínimo, uma música dos Beatles. No meu caso, não poderia deixar de ser esta banda uma das minhas preferidas, pois seus discos fizeram parte do meu desenvolvimento musical desde os primórdios de minha existência e os rapazes de Liverpool são sem dúvida uma das maiores influencias de milhares de músicos pelo mundo afora nas décadas seguintes à sua época. E realmente ninguém pode negar que eles mudaram a "cara" da música popular com seu estilo de compor e de comportamento. Não é à toa que o trabalho desses caras é lembrado até os dias atuais! Consequência disso é que a banda possui inúmeras músicas conhecidas do grande público, as quais estiveram nas "paradas de sucesso" em várias épocas diferentes. Mas até os Fab Four - como são chamados - também tiveram algumas faixas de seus discos que não despontaram como as demais, mas que possuem o mesmo nível de qualidade de seus maiores hits, ou até melhores, pois nem tudo que faz sucesso é sinônimo de excelência.
Por isso, neste post, sugiro aos que não são beatlemaníacos ou são, como eu, que escutem este rockaço do álbum Abbey Road, de 1969, que traz um Beatles mais pesado, com influências do Blues, uma levada de baixo do Paul muito interessante e a voz rasgada de John Lennon. Um viagem e tanto. Imperdível.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Música: sinônimo de vida e felicidade

0 comentários
Voltando às atividades deste blog, quero abordar um assunto muito íntimo de minha pessoa: a música.
Desde os primórdios de minha existência, ela se faz presente massivamente em meu dia-a-dia, seja como uma companheira de minha alma, coadjuvante de minhas experiências, ou como produto de minha veia quase criativa, nos tempos em que produzia explosões sonoras em meu instrumento predileto, que é a bateria, época em que tentava a sorte no show business, juntamente com meus amigos.
Arrisco-me a dizer que ela é como um animal de estimação, que somente a temos ao nosso lado para acariciá-la, curti-la, com a diferença que possuímos o total domínio dela quando a temos nas mãos...ou melhor, nos ouvidos.
Ceticismos à parte, quanto ao poder de transformação da música, é sabido que a sua influência no sentimento humano é genuína e, com algumas exceções, gera emoções pra lá de positivas, transpassando o limiar do incontrolável, com nuances de êxtase, alegria, saudade saudável...um quase nirvana. Pura felicidade! Não é à toa que ela é utilizada até para fins psicoterapêuticos.
Portanto, este assunto sempre se fará presente nos registros deste, neste blog.
Distanciando-me sutilmente do enfoque um tanto subjetivo deste texto inicial, mas providencial para o contexto das demais publicações aqui existentes, aproveito o ensejo para abordar sobre uma publicação referente ao tema - nada subjetiva - que achei muito interessante para quem deseja se embrenhar pelo mundo da música (não técnica ou teoricamente falando. Engloba-se aqui a divulgação de trabalhos para o incremento do conhecimento do audiófilo amador e até dos mais radicais). Certas publicações auxiliam no aumento da diversificação das opções daqueles que apreciam um trabalho musical, independente de estilo.
A citada publicação trata-se de um livro lançado em 2005 com o título de "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer", pela Editora Sextante. Este livro foi editado por um dos fundadores da revista Rolling Stones, Robert Dimery, e trata-se de uma espécie de enciclopédia discográfica, na qual são expostos diversos discos antológicos e importantes na indústria da música pop (não obstante ao fato de ser muito limitado em termos de diversidade geográfica, ao nos referirmos aos países de origem dos trabalhos nele registrados - há alguns discos de artistas brasileiros, contudo a maior incidência é de trabalhos cujos autores nasceram nos Estados Unidos ou Inglaterra - mas isso não o desmerece em sua qualidade).
A escolha dos discos que entraram na coletânea foi feita por 90 profissionais do ramo da música, dentre eles, jornalistas e críticos musicais renomados internacionalmente.

O livro possui diversas edições de 2005 até 2010, pois foram feitas algumas exclusões para a inclusão de trabalhos mais recentes.
A edição original trazia na capa a imagem do grupo de música eletrônica alemão Kraftwerk e, no Brasil, foi lançado com a foto do baixista do grupo punk Sex Pistols, Sid Vicious, em uma edição, e em outra, com a foto da vocalista da banda punk/new wave Blondie, Debbie Harry (conforme imagens ao lado e abaixo, respectivamente).

Logica e naturalmente, qualquer lista que se apresente publicamente, indicando um ranking de determinados itens, seja qual for a área abordada, com os melhores ou piores, na opinião também seja lá de quem for (podendo ser o mais renomado representante daquele segmento envolvido), gerará polêmicas quando lido/visto por um outro grupo de pessoas, haja vista que um dos fatores que permeiam as  análises feitas pelo criador e pelo consumidor daquilo que foi criado é o gosto pessoal, por mais técnica que seja a abordagem.

Portanto, como citei antes, independente das predileções individuais, o que vale nesse trabalho é a divulgação, aos que ainda não tiveram contato com determinadas obras musicais, das diversas alternativas de discos que todos podem ter acesso, a fim de que haja a agregação de um valor cultural àqueles que apreciam essa arte.

E um dos pontos que se pode enfatizar é que trata-se de uma relação de obras com um certo nível de qualidade, que varia do bom ao excelente.

Logicamente, como qualquer outro ouvinte, pessoalmente, poderia refazer essa lista, retirando-se alguns trabalhos e substituindo-os por outros que considero melhores, mas, como disse, ela é muito válida.


Nas próximas postagens, dissertarei sobre esses trabalhos, que englobam vários estilos musicais (pop, rock, jazz, MPB, Música Eletrônica, Disco Music, entre outros), os quais, com toda certeza, nos influenciam positivamente em termos de bem-estar, proporcionando momentos de plena satisfação. É interessante somente enfatizar que, para que todo esse leque de opções musicais possa ser devidamente consumido e aproveitado - com os resultados requeridos -, há que se deixar de lado completamente qualquer tipo de sentimento maléfico/degenerador/regressivo/repressivo como o preconceito, a limitação, a vergonha, a idolatria, entre outros, pois a diversidade edifica a vida e a música é o puro exemplo de heterogeneidade construtiva. 

Quem sabe, em outra ocasião, produzo minha própria lista com os meus discos prediletos ou com os preferidos entre algum grupo de pessoas...

Caso queira adquirir o livro, você pode encontrá-lo em qualquer livraria e/ou na internet por um preço médio de R$ 47,00. Em caso positivo, boa leitura e boas audições.

sábado, 20 de outubro de 2012

A hora e a vez da vidraça

5 comentários

Após um hiato de mais de 3 meses, retorno sedento para extrapolar os limites da verbalização daquilo que se alojou nas entranhas da racionalidade e se contrapôs ao ímpeto dos sentimentos que imploravam pela subversão das ideias, originadas pelas percepções da realidade imunda e desnuda de moralidade e ética.
Não obstante a aparente veia revolucionária e revoltosa das citações anteriores, enfatizo somente o meu furor súbito pela necessidade da escrita, que se transforma em um constante frenesi, aliviado nas páginas deste instrumento de comunicação.
Cheguei ao cume da impulsividade em registrar meus teoremas filosóficos sobre a existência humana quando presenciei acidentalmente - apesar da curiosidade inerente ao homo sapiens sapiens - um bate-papo descontraído entre amigos, no habitual retorno do trabalho.
Num grupo de aproximadamente - não cheguei a contar a quantidade de interlocutores - 5 pessoas, no momento em que me aproximei dele, entrou-me pelas vias auditivas a seguinte frase: "...ah...mas não tem jeito não...é tudo igual! É tudo ladrão!", proferida por uma mulher, a qual foi prontamente rebatida pelo comentário de um rapaz..."mas não são todos...a maioria...apesar de que até a gente se entrasse lá iria roubar também!"...o que foi complementado pela mesma mulher, quando falou..."é, disse tudo"...
Face ao diálogo deveras "motivador", passei-me a questionar e analisar o complexo universo do comportamento sociocultural do cidadão brasileiro...
O senso crítico do habitante deste país ainda em desenvolvimento (e minha conclusão - sem muito esforço - é que há um caminho demasiadamente grande a seguir até que se possa concluir que chegamos a um patamar adequado para nos auto intitularmos como desenvolvidos - com algumas exceções logicamente em áreas diversas, as quais podemos até nos orgulhar...) é um ser de diversas faces, as quais possuem uma ambiguidade por vezes inócua, mas em alguns momentos escabrosa, pois fere qualquer decoro.
O ato de se "atirar pedras" contra os maiores inimigos de nossos valores éticos, cívicos e morais torna-se uma prática que beira o lúdico, perante ao prazer que se emana das conversas de "roda"...citando-se apenas e tão somente os assuntos politicamente corretos...se ampliarmos o leque de discussões, nos deparamos no limiar da baixaria, onde qualquer terceiro faz o papel de "Judas" a ser malhado.
Mas quando o assunto é ética, moralidade, civilidade ou afins, a abordagem depende muito de uma série de questões, principalmente a de cunho geográfico, ou seja, do lado onde o envolvido está. É natural do ser humano batalhar pelos seus interesses pessoais, relacionados aos seus objetivos e metas, mas há que se contrapô-los sempre aos de seu semelhante, de forma que não haja prejuízos para ambos. O que não queremos para nós não podemos nunca desejar aos outros...mas na prática isso não é o que sempre ocorre...infelizmente.
Todos possuem livre arbítrio para fazer o que bem entendem, desde que suas ações não extrapolem os limites legais, pois toda ação possui em contrapartida uma reação, proporcionalmente positiva ou negativa com base em sua origem.
Daí vem a máxima: "se questionarmos alguém por sua atitude, nossas ações têm obrigatoriamente de gerar exemplos inversamente proporcionais".
Não faz sentido algum criticarmos os políticos corruptos que nós escolhemos para nos governar se no dia-a-dia pensarmos em tirar vantagem de tudo, mentirmos para esconder nossos erros, furarmos filas, sonegarmos impostos, desrespeitarmos os direitos dos cidadãos, jogarmos lixo em locais impróprios, comprarmos produtos piratas, apoderarmo-nos de bem alheio, vendermos nosso voto, entre tantos outros atos inapropriados, com subterfúgios do tipo "se quem deveria dar o exemplo não faz, porque eu farei - referindo-se aos políticos", ou "eles roubam demais de mim...é meu direito pegar o que é meu!", ou ainda, "ninguém faz nada por nós..."...desculpas não faltam...
Recentemente, tivemos o prazer inicial de ver na mídia a professora potiguar de português, Amanda Gurgel, encarando de frente políticos na Assembléia Legislativa, ao expor sua indignação com o nível de tratamento do governo à educação brasileira, virando uma heroína nacional em pouco tempo, face à repercussão de seu discurso, o qual confesso me emocionou. A profissional docente bombardeou a "vidraça" parlamentar com "rochas" certeiras e inquebráveis. 
Curiosamente, navegando por sites que expuseram o fato na época, li um comentário de um anônimo que dizia algo como "...só espero que ela não se utilize de sua recente notoriedade para ser candidata política!", o que, após quase dois anos, profeticamente, se concretizou.
Candidata à vereadora em seu estado, especificamente em sua cidade natal, Natal, fez com que as contradições numéricas expostas em seu discurso inicial (seu salário de 3 dígitos - 930 reais - com os números estatísticos apresentados na audiência pública pelos deputados) novamente ocorressem, adversando os algarismos de seus vencimentos na época com a quantidade expressiva de votos que conquistou - 32.879 - e porque não dizer também de seu futuro provento como vereadora.
Todos sabem do axioma popular que diz "uma só andorinha não faz verão", mas
cabe lembrar à nossa fiel escudeira/armígera que seu escudo hoje é de vidro...
Acompanhemos.

Obs. O que tem a ver a imagem inicial com o texto? Nada...talvez exprima o estado de minha mente diante dos fatos...

 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O direito de ser feliz

2 comentários
Até os mais distraídos já devem ter notado que em meus posts anteriores impera o enfoque em um tema sobremaneira subjetivo e abstrato, que é o conceito de felicidade. Em contrapartida, os que se atentam um pouco mais aos detalhes também já devem ter percebido que há um certo paradoxo entre o tema presente nas postagens e o título deste blog. Afinal de contas, o que tem a ver cidadania com felicidade?
Pois é, na verdade, em essência - etimologicamente falando -, em nada se relacionam. E porque então escolhi exatamente um nome para o blog, o qual se contradiz com os objetivos das postagens até então publicadas por este? Bem, além do motivo relacionado à dificuldade que há em se definir uma marca para o seu produto (é incrível! Tudo o que você pensa já existe!!!), veio à mente deste humilde cidadão o quão importante é esta classificação (apesar de ser um pouco averso à rótulos - tenho, inclusive, em meus rascunhos uma postagem que fala especificamente sobre isso...) e o quanto ela pode ser abrangente quando passamos a filosofar em torno de seus possíveis desdobramentos.
O significado puro e simples do termo cidadania diz respeito nada mais nada menos aos direitos e deveres que um habitante deste planeta deve possuir, e a dicotomia existente entre esses dois fatores que estão inseridos na palavra é pertinente, contudo estes se encontram em plena harmonia. O direito de um é exercido quando o outro cumpre o seu dever.
Transcendendo, portanto, a derivação do termo, podemos concluir que ambas as partes cumprindo seu papel na sociedade, tudo se integra perfeitamente...as "engrenagens" que fazem girar o mundo e expandir o universo funcionam em sua totalidade e tudo o que se espera que aconteça vira realidade...ou seja, temos a maior parte das necessidades humanas atingidas e todos vivem felizes para sempre...até que a morte os separem...hummm...encontramos então a fórmula da felicidade??? Bem, antes de alguém classificar como utópica tal expectativa, admito que isso não é tão simples assim...
Mas uma coisa podemos concluir: todo cidadão possui o direito de ser feliz, de viver em plena consonância com as leis do cosmos, de aproveitar o que a vida tem a oferecer, mesmo que, neste último caso, haja um pequeno empecilho que impede o acesso da maioria da população a 100% dos recursos aqui disponíveis: o capital. Daí explica-se a intenção deste instrumento de comunicação em querer fundir um assunto de origem política a outro de cunho psicossocial.
Abusando ainda do meu direito de transformar, quebrar paradigmas, criar meu próprios conceitos de vida, transgrido as normas cultas e defino aqui o ato, a condição de ser ou estar feliz. 
Para mim, contrariamente ao que está definido e formalizado em literatura, felicidade é um estado de espírito e não um simples sinônimo de contentamento, alegria e/ou satisfação...ou mesmo podemos dizer que existe uma diferença em ser feliz e estar feliz, sendo que esta última condição permite até uma confrontação com os significados contidos no famoso "pai dos burros" do substantivo em questão, o que se deduz pela similaridade dos vocábulos citados. Em contrapartida, a afirmação "ser feliz" é, no meu entendimento, muito mais abrangente. Posso estar estressado e até revoltado com algo (o que ocorre no mundo nos dá motivos para isso...a violência, as atitudes anti-éticas, a desonestidade, a falta de educação, entre outros, são inconcebíveis e geram sentimentos negativos), mas possuo a felicidade no âmago do meu ser, pois ela é o combustível que me faz viver.
Conceituação à parte, sem embargo as forças contrárias (e não são poucas), quero por meio desta ferramenta disponibilizar aos interessados um pouco do que aprendi e retirei de bom da escola da vida, com as experiências boas e ruins que vivenciei e espero profundamente que alguém as possa aproveitar.
Em minhas publicações, sempre haverá a ênfase na valorização das coisas boas da vida que, apesar de não ser o fator principal para torná-lo (a) a Fênix da humanidade, servirão no mínimo como motivador para a busca de um estado de êxtase sentimental. Exagero? Pode até ser. Mas, se o pessimista tem o direito de reclamar de tudo na vida, entendo-me na condição de ter a prerrogativa de supervalorizar a perfeição da vida, mesmo que, na realidade, ela não exista. Este é o meu direito, é o seu, é o nosso! É o exercício de cidadania que quero propor.
Vivamos intensamente, mas façamos isso com qualidade! Temos de ir atrás daquilo que gere em nosso organismo a endorfina necessária para o nosso bem-estar.
Hoje, já exercitei isso: assisti a um bom filme com a família e degustei, no almoço, um belo prato feito por minha digníssima esposa (vide foto abaixo), o que além de me deixar plenamente satisfeito, me adicionou uns anos a mais em minha existência em razão dos diversos nutrientes adicionados em meu organismo. Vale aqui o princípio naturalista - já comprovado - que somos o que comemos.





sábado, 9 de junho de 2012

Felicidade artificial

2 comentários

Era uma tarde ensolarada de domingo, lá pelo início da década de 90, quando 4 rapazes de personalidades muito peculiares, vida social e profissional extremas entre si - mas que em algum momento se convergiam -, como já se tornara habitual nos finais de semana, em uma cidade da Grande São Paulo, se encontravam reunidos em um cômodo no fundo da casa de um deles, para fazer o que era - e ainda é - a paixão comum entre eles: a música.
Como qualquer jovem de qualquer época desde os anos 50 - período de surgimento do que vinha a ser a grande revolução musical do século XX: a criação do ritmo escandaloso e contagiante, de acordes e riffs extasiantes, denominado Rock and Roll -, que se reuniam em garagens dos subúrbios das grandes e até pequenas cidades do mundo afora, esses aficcionados do som tentavam sua sorte em seus momentos de lazer, para criar um trabalho próprio, objetivando, como tantos outros, o sucesso e o reconhecimento, mas acima de tudo, o prazer em fazer aquilo que gostam.
Dessa avidez inócua pela oportunidade de expor idéias em canções, que os tirassem do ostracismo, nasceu o Acidus Máximus, banda puramente, em sua essência, underground, a começar pelo seu nome - nada comercial. Tais fatores que se divergiam inconscientemente entre si instigavam todos os seus componentes a um único objetivo: curtir cada momento.
Os ensaios do grupo direcionavam os ouvintes passivos das redondezas (vizinhos), dentro de sua ortodoxia peculiar padronizada - de uma sociedade nada disposta a encarar ousadias sonoras, ou mesmo comportamentais - a visualizar em suas mentes um bando de viciados nos mais diversos entorpecentes até então existentes, visto a ferocidade da massa sonora que emanava daqueles cômodos nada compatíveis com o que de lá se produzira.
Naquele dia, citado inicialmente, assim como nos demais ensaios, a necessidade de extrapolar toda energia contida nos corpos e nas mentes durante os dias da semana era muito grande, o que levava aqueles jovens a se harmonizarem completamente com o que tocavam. A sinergia era tamanha que os fizeram "viajar" nas improvisações sem tempo para terminar (no mínimo, o que se tocou levou mais de 30 min para finalizar...), o que, ao final, os deixou extasiados, cansados, hipnotizados e em estado de pura lisergia, situação esta que, no patamar de comportamento de uma banda de rock, levaria seus membros a se reabastacerem de uma deteminada substância que produziria novamente as sensações descritas (característica que criou um paradigma social ao se referenciar a artistas, ou aspirantes a tal condição, da música ou de outras vertentes culturais). O óbvio, no entanto, não fazia parte das atitudes daqueles cidadãos, muito pelo contrário.
Quando a necessidade de reativação da energia se fez presente, em razão do desgaste físico gerado, o anfitrião da vez - no caso, o vocalista da banda - apresentou aos demais a droga mais "pesada" até então consumida pelos músicos: um produto em estado líquido, à base de substâncias ácidas, denominado refrigerante.
Sensação de alívio à parte pelos pais dos 4 rapazes, hoje, com a revisão dos conceitos de outrora, conclui-se que realmente eles fizeram uso de uma droga, apesar de seus efeitos nocivos não chegarem perto das que normalmente se utilizam os rebeldes músicos de um grupo de rock and roll. A bebida utilizada pode não provocar uma overdose, com uma parada cardíaca peculiar, mas já deixou para parte de seus componentes, como herança, uma gastrite.
A partir de um modelo de atitudes preconcebidas, por questões sociais, culturais e antropológicas, o público estranhava a divergência que havia entre a imagem e postura da banda com o que havia até então. Mas os 4 tinham em mente que o que importava era realmente o som saído de seus instrumentos e o então chamado "punch" sonoro advinha das cabeças alucinadas de seus criadores, sem a necessidade de subterfúgios para outros tipos de motivadores artificiais.
Nos ensaios, usualmente, dizia-se que a música propriamente dita era o alucinógeno que os levava à criação em nível transcendental.
Com base nesse clima natural que havia durante a execução das composições próprias ou não, vinha-me, e ainda vem, o questionamento: o que leva as pessoas a buscarem em algo o prazer e a motivação que se vai após o término de seu efeito? E ainda com o agravante de esse prazer se transformar em mal estar, fora os malefícios adjacentes, que se tornam permanentes?
As drogas utilizadas desde os primórdios da humanidade tinham objetivos medicinais e até religiosos, no entanto as carências humanas as direcionaram para fins diversos, dentre eles a busca do prazer e da felicidade. A discussão sobre o tema é extensa, assim como complexa, contudo entendo que o principal motivador disso tudo recai em uma necessidade do homem, a qual é, no mínimo, contraditória às suas consequências, por isso cabe aqui a máxima "os fins não justificam os meios".
Desde aquela época até os dias atuais pessoas e mais pessoas buscam encontrar em seu exterior algo que mude e motive seu interior. Frequentemente, vemos novas drogas terem sua destinação desvirtuada para consumo indiscriminado por pessoas que não possuem autorização para manipulá-las/produzi-las, muito menos para comercializá-las. Daí, percebemos que uma das principais razões do alastramento dessas substâncias é a aquisição do dinheiro fácil. E aí o enriquecimento dos aproveitadores das fraquezas humanas se dá por conta de as pessoas não terem a mínima noção que o prazer, a felicidade e a motivação estão dentro de cada um de nós. Basta, para isso, aproveitarmos tudo aquilo que a natureza nos proporcionou, em toda sua essência, e se for necessário algum tipo de transformação que seja para melhor e que os recursos produzidos não tenham efeitos colaterais. Esta é a regra.
Está atrás de fortes emoções, faça esportes radicais; quer paz, medite, ore, ouça uma música tranquila; quer transcender, ame...as opções são diversas...quer ter coragem, além dos outros benefícios anteriores, toque em uma banda!
A premissa deve ser: faça aquilo que traga benfeitorias a si próprio e/ou a terceiros, com a certeza de que este objetivo nunca seja alterado.
Em razão do exposto, é que o Acidus viveu sua curta mas prazerosa trajetória, proporcionando o bem a todos (pelo menos aos que entenderam sua proposta...), mas principalmente aos seus criadores que "viajavam" durante os ensaios e apresentações, embalados somente por uma única "droga" (conceituação advinda da visão dos pais conservadores de qualquer época, quando se referem às músicas que seus filhos ouvem...): o rock 'n roll.
A seguir, posto uma música da banda que foi uma das influências no som do Acidus, a qual inclusive fazia parte da lista de covers executados por ela: Type, do Living Color, grupo que misturava heavy metal com funk e tinha no seu guitarrista um toque com uma pitada jazzística.





quinta-feira, 7 de junho de 2012

O artista nosso de cada dia

2 comentários
Quando era garoto - há poucos anos atrás...-  divertia-me, diferentemente da maioria das crianças de hoje em dia, fazendo coisas simples, como subir em árvores (adorava um pé de jaca e outro de goiaba que havia no fundo do quintal de casa, que além de gerar as suas respectivas frutas que proporcionavam um "plus" em nossa alimentação, forneciam emocionantes possibilidades acrobáticas e muita imaginação); "voar em solo" como um super herói, com sua capa feita de pano de louça da mamãe; fingir-se de cachorro, aproveitando e compartilhando a casinha do mascote vira-lata que tínhamos na época; dirigir um ônibus imaginário, utilizando-se de uma tampa de panela velha e amassada ou um mini pneu velho como volante do veículo (ficava horas e horas dando voltas pela casa...); brincar com dois isqueiros dos meus avós, os quais eram transformados em ônibus (já deu pra perceber a admiração especial que tinha por esse transporte coletivo...), entre outros meios de diversão, criados sem muitos recursos.
Além das brincadeiras citadas, amava ler histórias em quadrinhos (Homem Aranha, X-Men, Legião dos Super Heróis, Demolidor, Quarteto Fantástico, Sufista Prateado, Os Titãs - e tantos outros - eram os meus prediletos) e também fazer desenhos relacionados às brincadeiras exemplificadas. Os desenhos preferidos eram os de heróis (os já existentes...mas gostava também de criar personagens) e de veículos (advinham quais?? Sim, ônibus...)...uma pena, naquele tempo, não existir ainda câmeras digitais e computadores, pois poderia fazer o que faço com os desenhos de meus filhos (fotografá-los e salvá-los em arquivo. Vide este logo abaixo).


Lembro-me, quando ia à casa de alguém onde não havia crianças para brincar, que levava um caderno, no qual deixava registradas todas as criações geradas de uma mente irriquieta, porém repleta de felicidade. Era capaz de ficar ao longo de todo o dia pintando heróis que dariam pra salvar o universo inteiro, e "lotações" que não deixariam ninguém a pé e nem em pé...
Nesse ritmo, cresci, mantendo alguns hoobies (ainda sou embevecido por 
super heróis), privando-me de outros (não mais dirijo ônibus imaginários...deixei até de gostar um pouco desse tipo de veículo, depois que passei a utilizá-lo, juntamente e ao mesmo tempo que dezenas de pessoas, como meio de transporte diário) e descobrindo uma série de alternativas de passatempo, as quais nos fazem lembrar que nossa existência está repleta de motivos para agradecer diariamente pelo fato de termos a oportunidade de usufruir tudo o que a vida nos oferece.
É difícil entender como algumas pessoas que estão próximas a finalizar sua carreira profissional, em razão da chegada de sua aposentadoria, assumem um rígido discurso de que, ao pararem de trabalhar, nada mais terão a fazer, sentindo-se inúteis antes mesmo de terem a oportunidade de planejar/imaginar o que colocar em prática no que deveria ser a melhor fase da vida do ser humano.
Assim como aquele ser bem-aventurado que traz a arte como seu sustento, para deleite e alegria de terceiros, nós somos os artistas da sobrevivência, quando temos de criar alternativas para lidar com os percalços do cotidiano, assim como quando estamos em busca de novas emoções e formas de prazer. É a criação em prol da diversão. Os instrumentos/ferramentas/recursos estão aí, à disposição de todos...basta abrir-se para o mundo...para a vida...sem medos, preconceitos, paradigmas discriminatórios.
Recordo-me de ter visto uma recente reportagem de uma senhora de mais de 90 anos que realizou seu sonho de pular de paraquedas. Daí, concluímos que a felicidade está mais próxima do que imaginamos, bastando saltarmos para ela.
Trabalhamos, pois vem da profissão que exercemos o nosso sustento, mas há que se ter um meio de entretenimento/lazer, ao menos uma vez na semana, seja para este fim propriamente dito ou como terapia, como forma de expressão ou qualquer outro objetivo, desde que aliado ao seu bem estar.

Dicas de hobbies? Cito alguns, os quais fazem parte da minha vida: ouvir música, ler (qualquer coisa interessante), assistir a filmes em casa com a família, ir ao cinema, levar as crianças ao parque, dançar, nadar, andar, navegar na internet, viajar, fazer massagem, escrever (este, em específico, é um dos meus favoritos...alguém já deve ter percebido...), tocar um instrumento (violão e percussão), conversar, cantar e desenhar (estes dois não são o meu forte, mas faço mesmo assim...vide um exemplo de desenho que gosto de fazer, usando o Paint), além de fotografar (neste caso, amo praticar e apreciar fotografias...colocarei algumas fotos nesta e em outras postagens...), entre tantos que estão por aí disponíveis e são passíveis de se realizar...


















Benefícios disso tudo?? Cabe uma outra postagem a respeito...